Impactos da Sociedade de Risco na gestão animal no Brasil
Resumo
O desmantelamento das instituições tradicionais, radicalizadas e reordenadas pela modernidade, diminuiu as expectativas de um dia se construir uma tutela de direitos mais equitativa para os animais. Apesar dos esforços contrários, evidenciamos, com apreço, um gradativo processo de apatia e de abandono em relação às questões animais. Apesar da ampliação dos processos de comunicação, tecnologia e informação, a gestão de políticas em questões animais tem encontrado fortes obstáculos para prosperar. No Brasil, a questão animal tem baixa relevância política, e a omissão recorrente do Estado se configura como um risco, ao tolerar o desrespeito, a crueldade e os genocídios praticados contra seres sencientes e especiais. A perspectiva da Sociedade de Risco, de Ulrich Beck, é uma das teorias sociais mais valoradas e úteis na gestão ambiental. Nosso artigo visa identificar as principais contribuições teóricas de Ulrich Beck para a questão ambiental, visando compreender, de forma mais ampla, os obstáculos enfrentados na gestão animal no Brasil. Iniciamos nossa discussão tratando dos antecedentes teóricos propostos pelo autor e da aplicabilidade de suas ideias centrais na questão ambiental, para, em seguida, estabelecer um paralelo entre os delineamentos teóricos de Beck e a questão animal no Brasil. Também analisamos o papel do governo e de outros atores sociais envolvidos na questão.
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